Eixos temáticos em movimento e consolidação


Postado em: 20/11/2022

Ao longo de sua existência o evento em tela, resultante da parceria entre poder público e sociedade civil, tem buscando postular e definir eixos temáticos que, ao longo dos anos, vão sendo engendrados, amadurecidos e consolidados. Com variados eixos temáticos, a organização deste evento, ainda que paulatinamente, prossegue amadurecendo abordagens e buscando um recorte teórico metodológico mais preciso. Isso se deve não só à perspectiva de seus organizadores, mas à avaliação dos eventos quanto às temáticas abordadas e/ou não abordadas, tendências gerais e outras específicas ao contexto municipal em que essa experiência ocorre e sobretudo ao impacto que a experiência têm e sofre no contexto geral das práticas culturais no município e região.

De 2013 a 2017 apareceram os seguintes eixos temáticos em diferentes momentos:


  • Concepções de patrimônio material e imaterial;
  • Educação patrimonial e educação ambiental;
  • Patrimônio natural e educação ambiental;
  • A identidade arquitetônica dos núcleos históricos e intervenções contemporâneas;
  • Movimentos sociais e micro-histórias;
  • A interdisciplinaridade no tema patrimônio cultural e ambiental;
  • Patrimônio material e imaterial das vilas operárias;
  • Patrimônio e cidade;
  • Parcerias entre poder público, escolas e comunidade na preservação e gestão do patrimônio histórico e cultural.


Na edição a se realizar em agosto de 2018 pretende-se, além de dar contornos mais precisos para estes eixos, trabalhar com as temáticas das culturas populares e também da memória e do patrimônio ferroviários em decorrência do aniversário de 150 anos da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.


O que se percebe na elaboração destes eixos temáticos é a tentativa de trazer elementos para reflexão sobre a construção de narrativas de pertencimento, valorizando o universo singular das identidades e das memórias locais e institucionais. Coloca-se em pauta as políticas e iniciativas pontuais que valorizam os espaços, as práticas culturais e o patrimônio histórico da cidade de Jundiaí e região vinculados aos saberes, celebrações, modos de fazer, viver, criar e ressignificar formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas cuja concretude se estabelece em lugares de memória e/ou em territórios de práticas culturais coletivas.


Na elaboração destes eixos há a abordagem do que a Constituição de 1988 indica como direitos culturais e o papel do poder público e da sociedade civil dentro dessa abordagem. Assim se menciona a relevância dos estudos que tratam de maneira mais ampla das criações científicas, artísticas e tecnológicas; das obras, objetos, documentos, edificações, além dos conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, científico e tecnológico. Sendo os bens culturais tombados como patrimônio material categorizados como imóveis (cidades históricas, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais) e como móveis (coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos), o a concepção do evento caminha na direção de viabilizar a discussão sobre a complexidade e multiplicidade do patrimônio histórico contemplando a diversidade dos grupos que formam o tecido social e as diferentes maneiras de ocupação do espaço.


Algo que, mesmo de maneira difusa, esteve presente desde as primeiras experiências desta parceria e deste evento-movimento foi a preocupação em dar contornos ao que se entende como patrimônio ambiental buscando atrair estudos que tratam dos monumentos naturais constituídos nas suas formações físicas e biológicas, formações geológicas e fisiográficas, além de sítios naturais. A perspectiva que se prioriza é a de pesquisas e discussões relativas à proteção ao meio ambiente articulada ao patrimônio histórico, ao patrimônio arqueológico, à diversidade cultural e às populações tradicionais, ao desenvolvimento sustentável que contemple a paisagem e a necessária articulação entre direitos culturais e direitos ambientais.


Algo que não se pode desconsiderar no processo de construção do conhecimento do qual essa experiência participa e almeja contribuir é das relações entre Educação Ambiental e Educação Patrimonial. Considerando-se que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e que não é possível dissociar direitos culturais dos direitos ambientais, estas relações contemplam os processos educativos formais e não formais que priorizam o conhecimento, a preservação e a apropriação individual e coletiva do bens culturais que sejam portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade, bem como pressupõe estudos que possam discutir o processo pelo qual se produz e se difunde a compreensão sócio histórica das maneiras como lidamos com  a natureza e com o meio ambiente.

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